segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Eu que nem me amo mais...

Eu já me amei. E com isso, contagiei e amei muitas pessoas à minha volta. Sempre pensava: Como pode alguém não gostar de mim? Eu tinha sonhos... Dos grandes, dos muitos. Eu via um mundo de possibilidades. Eu não tinha nada de material, somente sonhos... E ânsia, e brio, e vontade, e amor, e inocência.

Eu já me amei pra caramba, eram bons tempos onde eu dava conselhos limpos para pessoas que acreditavam na minha pureza. Eu achava que as pessoas deveriam seguir seus sonhos. Eu não tinha muitas pretenções. Nenhum sonho meu envolvia cifrões. Eu não conseguia guardar mágoas, dor ou qualquer coisa do tipo sem chorar.

Eu já me amei e não tem nem uma década que isso aconteceu. Meu rosto não mudou, nem a cor do meu cabelo, meu corpo foi... e voltou. Quem me olhar, olhar as minhas escolhas e desconsiderar minha máscara muito provavelmente nem irá reparar que esse amor se foi. Se foi e eu nem vi.

Eu não me amo mais. E com isso não contagio as pessoas à minha volta. Sempre penso: Como pode alguém gostar de mim? Tenho metas, das simples, das poucas. Vejo um mundo básico, metódico e simplório. Tudo material. Foco, gana, tesão, esperteza.

Eu não me amo (sério!). Meus conselhos são práticos, secos e egoístas... Para que as pessoas não se tornem bobas, como eu acho que muito já fui. As pessoas devem seguir suas responsabilidades. Suas pretenções. Sua realização financeira. Sua estabilidade na vida. Eu não choro com frequencia. Aprendi guardar alguns sentimentos e poupar a decepção da segunda chance.

Eu não me amo mais e não tem nem uma década que isso aconteceu. Meu rosto não mudou, nem a cor do meu cabelo, meu corpo foi... e voltou. Quem me olhar, vê alguém que talvez valha a pena se espelhar. Muito provavelmente não vê alguém que está tão perdida, alguém que se foi... e eu nem vi.

Alguém que eu não sinto falta mas daria tudo para ter de volta.
Eu tinha muito menos. Ela era muito mais feliz.

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